Praticamente todos os sistemas orgânicos são afetados durante a gravidez – entenda como isso acontece.

Muitas alterações gestacionais começam logo após a fertilização e continuam durante toda a gravidez. E a maioria dessas alterações são causadas por estímulos fornecidos pelo feto e pela placenta. Explico aqui de forma resumida e fácil algumas dessas alterações iniciais que acontecem relacionadas a sintomas e sinais no corpo de uma gestante.

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Dor – cólica uterina
O útero de uma mulher não grávida pesa aproximadamente 70g e existe uma cavidade de 10 mL ou menos. Durante a gravidez, o útero se transforma em um órgão muscular que contém o volume do feto, placenta e líquido amniótico que pode ser de 5L a 20L. Ou seja, no final da gravidez o útero atinge uma capacidade de 500 a 1000 vezes maior que o estado normal, é normal que a dor aconteça nos estágios prévios da gravidez por isso!

Colo do útero – Suavização e mudança de cor
A partir de 1 mês após a concepção, o colo do útero começa a amolecer e adquirir tons azulados, devido ao aumento da vascularização e edema de todo o colo do útero, alterações na rede de colágeno e hipertrofia e hiperplasia das glândulas cervicais.

Vagina e períneo – Mudança de cor
Durante a gravidez, o aumento da vascularização e a hiperemia se desenvolvem na pele e nos músculos do períneo e da vulva, e o abundante tecido conjuntivo subjacente amolece. Esta vascularização aumentada afeta proeminentemente a vagina e o colo do útero e resulta na cor violeta característica do sinal de Chadwick – depois te conto mais sobre esse sinal.

Seios – Sensibilidade e dor
No início da gravidez, sensibilidade e parestesias ocorrem nas mamas. Após o segundo mês, os seios crescem em tamanho e as veias delicadas são visíveis apenas sob a pele. Os mamilos tornam-se consideravelmente maiores, mais profundamente pigmentados e mais eréteis.

Ganho de peso e aumento da fome
A maior parte do ganho de peso normal na gravidez é atribuível ao útero e seu conteúdo, às mamas e aos volumes expandidos de sangue e líquido extracelular intravascular. Uma fração menor é o resultado de distúrbios metabólicos que promovem o acúmulo de água, gordura e proteínas celulares, que são as chamadas reservas maternas. O aumento da fome ocorre devido ao aumento de hormônios peptídicos que desempenham um papel fundamental na regulação do gasto energético e da gordura corporal e na reprodução.

Cansaço
As alterações na função cardíaca tornam-se aparentes durante as primeiras 8 semanas de gravidez, com o débito cardíaco aumentando a partir da quinta semana e refletindo a redução da resistência vascular sistêmica e aumento da frequência cardíaca.

Incontinência urinária
O aumento do útero, a hiperemia envolvendo todos os órgãos pélvicos e a hiperplasia do músculo da bexiga e dos tecidos conjuntivos elevam o trígono e engrossam sua margem intraureteral.

Acidez estomacal
Relacionado ao refluxo de secreções ácidas para o esôfago inferior. Embora a posição alterada do estômago possa contribuir para sua frequência, ela também diminui o tônus ​​do esfíncter esofágico inferior. Além disso, as pressões intra-esofágicas são mais baixas e as pressões intra-gástricas são mais altas em gestantes. Ao mesmo tempo, o peristaltismo esofágico tem baixa velocidade e amplitude de onda.

Memória
As mulheres frequentemente relatam problemas de atenção, concentração e memória durante a gravidez e no período pós-parto precoce. Algumas mulheres relatam que este sintoma não melhora depois que o bebê nasce pelas novas demandas e novidades relacionadas à nova fase de vida.

Tontura
A principal causa da tontura é devido ao aumento de hormônios que fazem com que os vasos sanguíneos relaxem e se alarguem, o que ajuda a aumentar o fluxo sanguíneo para o bebê, mas retarda o retorno do sangue nas veias da mulher. Isso faz com que a pressão arterial fique mais baixa do que o normal, o que pode reduzir o fluxo sanguíneo para o cérebro, causando tontura temporariamente.

A tontura também é causada por baixos níveis de açúcar no sangue que podem ocorrer à medida que o corpo da gestante se ajusta às mudanças em seu metabolismo.

A tontura também pode ser causada pelo crescimento do útero pressionando os vasos sanguíneos.

Insônia
Começando com 12 semanas de gestação e estendendo-se até os primeiros 2 meses pós-parto, as mulheres apresentam dificuldade em adormecer, despertares frequentes, menos horas de sono noturno e diminuição da eficiência do sono. Algumas mulheres relatam dificuldade de manter o sono ou inicia-lo pelas constantes idas ao banheiro.

Alterações cardiovasculares
As alterações na função cardíaca tornam-se aparentes durante as primeiras 8 semanas de gravidez.O débito cardíaco aumenta a partir da quinta semana e reflete o aumento da resistência vascular.
redução da função sistêmica e aumento da frequência cardíaca. À medida que o diafragma sobe progressivamente, o coração se desloca para a esquerda e para cima e gira em seu eixo longo, induzindo alterações eletrocardiográficas características de uma gravidez normal.

Função pulmonar
A capacidade residual funcional diminui em aproximadamente 20% a 30% ou 400 a 700 mL durante a gravidez, e o volume residual diminui progressivamente durante a gravidez devido à elevação do diafragma. Reduções significativas são observadas para o sexto mês. A capacidade inspiratória aumenta de 5 a 10% ou de 200 a 350 mL durante a gravidez. A capacidade pulmonar total não muda ou diminui menos de 5% no termo. A frequência respiratória é essencialmente a mesma, mas o volume corrente e a ventilação mínima em repouso aumentam significativamente à medida que a gravidez progride.

Referencia: 

1- F Gary Cunningham, John Whitridge Williams, Al E. Williams obstetricia. México: Mcgraw-Hill Education, Cop; 2019.

2- Dizziness During Pregnancy [Internet]. American Pregnancy Association. 2012 [cited 2022 Mar 8]. Available from: https://americanpregnancy.org/es/healthy-pregnancy/pregnancy-health-wellness-healthy-pregnancy/dizziness-during-pregnancy/

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